WebMaster: GeFeLit@hotmail.com
Conheça as dicas do GeFeLit acessando o nosso MURAL.
Acesse nossa Galeria e assista aos nossos vídeos. Em construção...
Total de visitas: 6585
|
Eventos 2009
25/03/09 – O lugar da poesia na filosofia de Platão Prof. Dr. Cícero Cunha Bezerra (DFL/UFS) “(...) A princípio Platão estudou filosofia na Academia, e depois no jardim em Colonôs, como diz Alêxandros na Sucessão dos Filósofos, seguindo as teorias de Herácleitos. Mais tarde, enquanto se preparava para participar de um concurso de tragédias, passou a ouvir Sócrates em frente ao teatro de Diônisos, e então jogou às chamas seus poemas (...)”. Esta descrição que encontramos em Vidas e doutrinas dos filósofos ilustres de Diôgenes Laêrtios (III, 5) é, sem dúvida, a melhor mostra da influência de Sócrates na vida de Platão. Um jovem de aproximadamente vinte anos que havia se dedicado, segundo testemunhos, à pintura e a escrever poemas, ditirambos, cantos líricos e tragédias (D.L, III,4), encontra, finalmente, aquele moribundo que, nas palavras de Nietzsche, transformou a poesia em ancilla (escrava, criada) da dialética (Nietzsche, Origem da Tragédia, §14). No entanto, pese o inflamado tom nietzscheano contra Platão, cabe-nos algumas questões: teria de fato Platão renunciado à poesia em detrimento da dialética? Como entendermos a poderosa força imitativa da poesia já tratada no Ion como “força divina” (533e – 534 b)? O objetivo deste nosso seminário é pensar uma via possível de entendimento do papel que desempenha a poesia na filosofia de Platão sem cairmos, necessariamente, na polarização entre “exclusão” ou “racionalização” do poético. A hipótese defendendida é a de que Platão, não somente mantém uma relação de profundo respeito para com a poesia, mas que a absorve, pese às críticas expostas na República, em seu projeto de formação, refundando, assim, o sentido de mímesis como imitação do verdadeiro.
29/04/09 – O uso estratégico da pseudonímia em KierkegaardProf. Dr. Marcio Gimenes de Paula (DFL/UFS) O tema da pseudonímia permeia toda a obra de Kierkegaard (1813-1955), podendo ser visto como estratégia e também como uma maneira de se comunicar. Num tempo de comunicações magistrais, feitas ora nas cátedras das universidades e ora nos altares das igrejas, o pensador dinamarquês utiliza pseudônimos exatamente por recusar a comunicação direta, acreditando que somente a comunicação indireta é capaz de efetivamente se comunicar entre seres reais e concretos. Por isso, seguindo uma tradição literária, e estabelecendo laços com uma geração que o seguiria, sua estratégia pode ser vista como um ponto central de suas reflexões.
27/05/09 – Wittgenstein e a teoria da literatura Lic. Letras. Maria Cristina Blink (GeFeLit/UFS) Texto-base: Abramovich, Léia S. - Ludwig Wittgenstein e a Teoria da Literatura, Porto Alegre, Edipucrs, 1999. O texto apresenta trabalhos desenvolvidos por estudiosos que buscam aplicar os conceitos de Wittgenstein em teoria da literatura, mais especificamente no que diz respeito à caracterização da teoria da literatura e da tarefa da crítica literária, à definição de literatura e à questão dos gêneros literários. Projeto: vamos explorar as possibilidades de aplicação do conceito wittgensteiniano de ‘semelhança de família’ e sua crítica à leitura psicologista da noção de ‘intenção’ como instrumental analítico para o exame de categorias de classificação literária, tendo como foco a investigação do conceito limabarretiano de ‘militância’ e como obra-alvo Clara dos Anjos.
24/06/09 – Da Composição do texto em Wittgenstein e em Gertrude Stein– Interfaces Prof. Dr. Eduardo Gomes de Siqueira (DFL/UFS) Como parte de um projeto geral de investigação da relação entre forma e conteúdo na elaboração literária do texto filosófico no Wittgenstein maduro (cujo estilo de escritura está aberto a infindáveis controvérsias interpretativas) neste primeiro seminário quero promover a possibilidade de uma comparação entre o estilo (do ponto de vista da forma de composição do texto) desses dois personagens que se empenharam, cada um em sua área, em enfrentar o problema de encontrar a forma adequada à expressão de conteúdos na época atual (séc. XX), combatendo o uso de formas tradicionais obsoletas (tanto Wittgenstein em filosofia como Gertrude Stein em literatura). Gertrude Stein elabora uma forma em luta contra o tempo (o historicismo), contra o psicologismo e contra a narrativa linear tradicional, optando pela re-pintura de ‘retratos’ em função de alcançar a construção de um ‘presente contínuo’ com sua anti-narrativa. Wittgenstein também combatia o historicismo e o psicologismo modernos em sua obra e pinta ‘quadros’ no que chama de ‘álbum’, compostos com ‘vozes’ irresolutas, em um estilo que reconhecemos como ‘dialógico’, sem se apoiar em nenhum dos tipos de nexo que os livros tradicionais de filosofia apresentam. Proponho promover uma aproximação inicial entre ambos autores (e, com eles, entre problemas de elaboração textual em literatura e filosofia) a partir de alguns trechos selecionados tanto de textos de fontes primárias (das Investigações Filosóficas de Wittgenstein e dos contos Três Vidas de Gertrude Stein), como de dois comentadores dessas obras, David Stern, no capítulo inicial de sua Introdução às Investigações Filosóficas (Cambridge: 2004) e Flora Süssekind no ensaio “A Composição na qual se vive” (Cosac Naify: 2008, pp. 201-216).
26/08/09 – A abordagem filosófica na crítica de Benedito Nunes Profa. Dra. Jacqueline Ramos (NL/UFS-Ita) A trajetória intelectual de Benedito Nunes inclui vasta produção em crítica literária, responsável pelo desenvolvimento no Brasil de uma abordagem filosófica da obra literária. Pretendemos, neste primeiro momento, examinar os modos de análise e de aproximação entre literatura e filosofia propostos por Benedito Nunes principalmente em dois de seus textos: “Literatura e Filosofia: (Grande sertão: veredas)”, incluído na obra organizada por Luiz Costa Lima Teoria da Literatura em suas fontes; e “O autor quase de cor: rememorações filosóficas e literárias”, escrito para o Caderno de literatura, especial Guimarães Rosa, do Instituto Moreira Salles. Também serão considerados outros textos críticos de Nunes.
30/09/09 – O conceito de mímesis em Aristóteles Profa. Dra. Silvia Faustino (FFCH/UFBA) Visando a uma introdução ao estudo do conceito de mímesis (classicamente traduzido como ‘imitação’) em Aristóteles, a palestra conterá duas partes. A primeira parte tratará de salientar as características do conceito aristotélico, apresentado na Poética, à luz de uma comparação com o mesmo conceito definido por Platão na República (livros III e X). Na segunda parte, tentar-se-á argumentar a favor da idéia de que a rica amplitude e a consequente vagueza do conceito em Aristóteles pode significar que a mímesis perpassa todo o logos, isto é, todo o discurso articulado, e que, portanto, ela não precisa necessariamente ser restringida, em sua obra, apenas ao domínio da produção poética. Sob este ponto de vista, será crucial a análise da ligação do conceito de mímesis com o de imaginação (phantasia), tal como este último aparece no De Anima.
28/10/09 – O método crítico de Antonio Candido Prof. M.Sc. Romero Venancio (DFL/UFS) A comunicação tem por objetivo apresentar a crítica literária de Antonio Cândido como demarcadora da idéia de crítica no horizonte literário brasileiro. tomamos como "corpus" três trabalhos de Antonio Candido: O método crítico de Silvio Romero (1945); a Introdução de A Formação da literatura brasileira (1959) e Literatura e Sociedade (1965).Trabalharemos nessas obras o conceito de Formação numa perspectiva de continuidade, adensamento e superação a partir da dialética que traz para dentro da "forma poética" o conjunto das "relações sociais". A tese é: em Antonio Candido "Forma" e "Conteúdo" são inseparavelmente dialéticos.
25/11/09 – Manuel Puig: o reconhecimento e as estrelas Prof. Fabian Jorge Piñeyro (CCSA/UFS) Honneth e Puig falam do reconhecimento do eu pelo outro. Lutamos pelo reconhecimento do que somos como projeto individual e apontar para essa luta, como ponto de referência teórico, deve servir-nos para explicar o desenvolvimento moral da sociedade, diz o filósofo. Lutamos pelo reconhecimento, ou contra o desprezo, diz o romancista e, nos casos mais graves, podemos encontrar uma saída da ilusão criada pelas imagens do cinema. Há enorme coincidência entre o tema que vem sendo trabalhado desde 1990 até hoje por Honneth e a obsessão que percorre a obra de Puig, que produz a parte mais importante da sua obra entre finais dos 1960 e os anos 80. Ou, dito em outras palavras, há enorme coincidência entre o tema recorrente de um escritor e a obsessão de um filósofo. Com o tema do reconhecimento como objetivo, então, faremos uma leitura comparativa das estratégias narrativas e recursos utilizados por ambos autores, assim como do material e das possibilidades de que cada um deles dispõe para realizar seu objetivo. A idéia de determinar as especificidades de cada um dos discursos destes dois autores contemporâneos, unidos por um tema comum, para realizar, a modo de trabalho prático,uma aproximação empírica à frondosa temática da relação entre a filosofia e a literatura.
|
|